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     Acordei. Já eram seis e quinze, fui para a cozinha, tomei meu café. Depois de um tempo me arrumei. Vesti minha calça rasgada com meu cropped. Amarrei meu casaco na cintura, coloquei meu vans, minhas pulseiras pretas e meus colares. Então peguei minha bolsa e pedi para o Antônio, nosso motorista, para que me levasse à escola.

     Depois de quinze minutos cheguei à escola, disse a Antônio que poderia ir embora, que eu entrava sozinha, entrei na escola e todos ficaram me olhando. Vi um grupo de meninas que ficou me encarando. Logo depois entrei na sala e lá estavam aquelas meninas, me encarando. Todos se apresentaram, foi então que descobri os nomes delas: Ana, Anabela e Anaísa. Elas não pararam um minuto sequer de falar e olhar para mim. Depois de um tempo bateu o sinal e todos foram para o refeitório, me sentei em uma mesa longe de todos.

     A escola toda ficou me olhando porque eu era diferente.

Indo para a sala, uma das meninas que se chamava Ana, esbarrou em mim, derrubou minhas coisas no chão e disse “cata empregadinha”. Naquela hora meu sangue ferveu. A vontade de bater nela era grande, mas não quis arrumar encrenca logo no primeiro dia de aula. Bateu o sinal, arrumei minhas coisas e rapidamente saí. Na frente da escola o grupo das gurias estava lá, parecia que estavam a minha espera, me chamaram, nem dei ouvidos e continuei andando. Uma delas veio atrás de mim e as outras me cercaram, começaram a dar socos e chutes. Depois de quinze minutos, fingi que estava desmaiada e assim elas pararam. Chegando em casa, minha mãe perguntou-me o que havia acontecido comigo, só baixei a cabeça e subi as escadas, entrei no meu quarto, tomei um banho pra tirar aquela sujeira, pois as meninas me jogaram na lama.

     Logo depois do banho fui me deitar, dormi a tarde toda e quando acordei estava com muita dor, tomei um remédio para aliviar e logo pensei comigo “isso vai ter troco”.  Anoiteceu e comecei a planejar tudo, tim-tim por tim-tim.

     No dia seguinte a sede de vingança ficou ainda maior. Só esperei até o final da aula para colocar meu plano em ação. E foi quando Ana pediu para ir ao banheiro, que eu fui também. Entrei bem devagarinho, queria pegá-la de surpresa. Escutei-a cantar, por isso logo localizei onde estava. Dei um chute na porta e logo tirei o canivete do bolso, peguei-a pelo pescoço e sussurrei no seu ouvido “isso não vai doer nada, é só você ficar quietinha”. Ela tenta gritar, mas logo coloquei a mão em sua boca e passei o canivete de leve para ela sentir a sensação da dor e deixei-a cair no chão. Morreu naquele mesmo momento.             Lavei-me e saí disfarçadamente, entrei na sala e já não tinha mais ninguém, peguei minhas coisas e fui embora.

Tudo em vão...

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