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    Cheguei ao sexto andar onde era o necrotério. Havia macas para todos os lados, teias de aranha, água no chão e um fedor horrível, era assustador! Logo depois de observar aquele cenário horrível, avistei a máquina de passar o cartão de registro ao fundo da sala. E então decidi passar meu cartão de registro para poder sair logo daquela sala assustadora!      

   Fui até à máquina, passei o cartão e de repente, a porta se fecha rapidamente. Aquilo fez um barulho imenso naquela sala que quase desmaiei de susto na hora. Respirei fundo e fui rumo a porta para poder continuar meu turno. Aquela sala era cheia de cartazes e fotos, suponho que eram de algumas pessoas que passaram por aquele lugar. Resolvi parar para dar uma olhada, mas com tantas fotos e cartazes, uma foto foi a que me chamou mais atenção.

    Era um rapaz loiro, com óculos escuros, magro e alto. Aquela foto foi tirada em uma praia, ele parecia alegre no momento em que foi tirada a foto. Embaixo de todas as fotos havia algumas informações desse rapaz:

Nome: Marthins Lucca Vicenza, Idade: 26 anos, Altura: 1,90, Profissão: Vigia

Ocorrido: Desaparecido

    E foi nesse momento que lembrei o que o vigia do turno do dia tinha me falado sobre o último vigia do turno da noite, que tinha desaparecido misteriosamente. Resolvi continuar meu turno, logo após ler aquelas informações, mas fiquei o tempo todo pensando naquele rapaz. Desci ao quinto andar, passei o meu cartão e fui rumo ao quarto andar. Já estava no fim do corredor quando ouvi aquele mesmo barulho da porta fechando forte, aquele som da porta ecoou ao longo do corredor. Então, decidi voltar para dar uma olhada. Quando virei o corredor e acendi a lanterna para ver se havia algo lá, avistei alguém em pé! Levei o maior susto!

     Sei lá o que era aquilo em pé, era alto, cabelos loiros e muito magro. E foi aí que me lembrei das informações da sala do necrotério, e também do vigia do turno do dia, que falou sobre o vigia desaparecido, e infelizmente as informações batiam.

    Fiquei sem saber o que fazer. Fiquei observando-o por alguns segundos, e de repente ele começou andar em direção a sala do necrotério, decidi ir atrás para ver se ia estar na sala, mas quando cheguei lá, para minha surpresa, não havia nada naquele lugar, nem mesmo pegadas ou alguma pista que de que algum modo havia passado algo por ali. Então resolvi continuar meu turno, mas sempre lembrando daquele momento assustador.

    Terminei o meu primeiro turno pensando no que tinha ocorrido. Voltei até à sala de vigilância para esperar até o próximo turno.  E ainda pensando no que havia ocorrido comigo. Até que infelizmente deu a hora do próximo turno daquela noite. Então comecei, acho que de tanto pensar naquele cena, o medo começou a me dominar, e qualquer barulho que escutava, eu me assustava, até mesmo o barulho das goteiras e do vento. Foi aí que chegou a hora de registrar a passagem pela sala do necrotério.

   Entrei na sala com muita pressa, o quanto antes eu saísse de lá, melhor. Passei o cartão de registro rapidamente, quando me virei, avistei novamente aquele corpo na porta, no mesmo momento comecei a me sentir fraco e uma forte tontura. Na mesma hora desmaiei.

    Acordei só no outro dia quando o vigia do turno do dia me encontrou caído no chão. Contei tudo a ele o que havia acontecido, ele me contou que muitos outros vigias contaram a mesma história a ele. Sendo assim, pensei que todas as noites acontecessem isso, não conseguiria mais trabalhar naquele lugar por muito tempo, e foi aí que na mesma hora, decidi ir à central para poder pedir demissão, e nunca mais voltar naquele hospital aterrorizante.

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                                                                              Por Chrystian Magalhães Frighetto

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