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     Da beirada do desfiladeiro eu chamei pelo meu irmão, tive que chamar pelo menos três vezes para ele me responder. Perguntei se estava tudo bem e meu irmão disse que estava um pouco machucado, mas que estava bem, disse que tinha caído em um pequeno aglomerado de folhas que haviam se depositado com o decorrer do tempo.

      Perguntei-lhe se podia se levantar e subir, mas ele disse que tinha torcido o tornozelo e não conseguia andar. Falei-lhe para esperar que traria ajuda. Andei até que cheguei à casa de um senhor e pedi se podia emprestar - me o telefone para ligar para a polícia. Ele disse que estava tudo bem e entregou-me o celular e rapidamente liguei. Do outro lado, uma moça atendeu e perguntou qual era a emergência. Disse que meu irmão tinha caído em um desfiladeiro e que tinha se machucado. A atendente perguntou-me o endereço e em poucos minutos chegou um caminhão dos bombeiros, uma ambulância e uma viatura, um dos policiais perguntou-me onde estava meu irmão, eu os levei até a beirada do desfiladeiro e rapidinho, eles retiraram meu irmão de lá debaixo, e lá mesmo ele recebeu os primeiros socorros. A viatura levou-nos até em casa.

    Quando chegamos a casa senti uma coisa estranha, como se alguém estivesse me olhando.          Olhei para trás, vi uma figura encapuzada me observando do outro lado da rua, assustei-me e corri para dentro de casa, quando olhei para trás não vi mais nada. Subi para meu quarto, tranquei- me lá dentro e sentei na cama, apoiei a cabeça nas mãos e fechei os olhos para organizar meus pensamentos.

   Quando levantei a cabeça, vi a figura encapuzada na porta do meu quarto, antes que eu gritasse a figura colocou o dedo na frente da boca indicando para eu fazer silêncio, eu concordei com a cabeça. Lentamente a figura aproximou-se da minha cama e retirou o capuz, era meu pai que há muito tempo havia falecido. Fiquei impressionado: ele estava como no dia de seu enterro.

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